02 janeiro 2015

O MAIOR ACONTECIMENTO DO ANO DE 2014

Como habitualmente de 2 em 2 anos fui fazer o exame de Rastreio de Cancro da Mama (dezembro de 2013). 
No seguimento deste exame, recebi uma carta informando-me que o mesmo sugeria a necessidade de um estudo adicional feito através de ecografia. Os resultados da ecografia apontaram para a realização de um estudo biópsico, que realizei a 24/1/2014  no hospital de viseu (Dr. Aragão).
A 19/2 foi-me comunicado pelo Dr. Cortez Vaz que tinha um Carcinoma ductal invasor de grau 1 tendo origem nos recetores de estrogénio e progesteona. Também me disse que o meu cancro era dos menos agressivos e localizado.Vivi um momento dramático, não conseguia acreditar que aquilo me estava a acontecer, cheguei mesmo a pensar que podia morrer.
Foi-me proposto retirar o peito e fazer de imediato a reconstituição com data marcada para o dia 14 de março de 2014 no hospital de viseu. Fiz análises, ecografia, raio x ao tórax e consulta com o anestesista. Também tive uma consulta com o Dr. Rangel para ver as medidas do peito para a reconstituição mamária.
Todavia, uma semana depois recebo um telefonema do hospital de Viseu na pessoa do Dr. Cortez Vaz informando-me que por ter sido fumadora não podia fazer a reconstituição já, e que por isso a faria mais tarde sendo que a operação passaria para 7 de abril. Novo momento  dramático  vivido e desta vez sozinha e num lugar que não podia chorar nem gritar.
A 10 de março de 2014 tive o privilégio de receber na minha sala de aula o enfermeiro Luis Almeida que depois de fazer uma palestra aos meus alunos sobre tabagismo, me ouviu e me deu informações preciosas para o tratamento da minha doença. Nesse mesmo dia em casa procurei o site da Fundação Champalimaud e enviei mail a pedir com urgência uma consulta para obter novo parecer. Enviei todos os exames que até aí fizera no hospital de Viseu e 11 dias depois( 25 de março) tinha marcada a primeira consulta na Fundação Champalimaud. Além do relatório da biópsia enviei também os blocos de parafina originais da biópsia. Foi uma consulta decisiva para tudo o que se seguiu. 
O Dr. Pedro Gouveia depois de já ter tido acesso aos meus exames, informou-me que o meu cancro era possível ser tratado retirando o nódulo (tumoretomia), fazendo 15 sessões de radioterapia e hormonoterapia. O primeiro passo era fazer o estadiamento oncológico da doença e informou-me que os custos do internamento, radioterapia e exames rondariam os 1000 euros, uma vez que a Fundação Champalimaud tem protocolo com a ADSE (o meu subsistema de saúde).
Perguntei ao Dr. Pedro o porquê do médico do hospital de Viseu me dizer que não podia fazer a reconstituição por ser uma ex fumadora, ao que me respondeu que não era justificação para não fazer a reconstituição, o médico que mo disse  teria provavelmente outro motivo.
Decidi que era ali que eu me queria entregar para ser tratada, e foi  assim que tudo começou.
Foi-me aconselhado ir a um especialista da tiróide para avaliar o problema que apresentava à tiróide e ser tratado antes da operação. Fiquei a saber que tenho hipotiroidismo e que tenho que tomar diariamente um comprimido em jejum.
Repeti exames e fiz novos exames que me proporcionaram maior tranquilidade:
  • Linfocintigrafia (deteção dos gânglios sentinela)
  • Cintigrafia óssea (corpo inteiro)
  • Densitrometria (colo do fémur e mais coluna)
  • Densitrometria (punho)
  • Mamografia digital
  • Localização da lesão com arpão guiada por ecografia.
  • Ecografia mamária
  • Ecografia axilar
  • Ecografia tiróideia
  • Ecografia abdominal
  • Eletrocardiograma
  • Osteodensitometria óssea (antebraço, fémur e coluna)
  • Ressonância magnética
A 17 de abril fui operada e os meus gânglios linfáticos foram rastreados para detetar eventual presença de células cancerígenas o que se verificou que não existiam.
A 31 de março de 2014 apresentei baixa para poder ter mais disponibilidade para tratar de mim.
Fui operada a 17 de abril de 2014 às 8 horas da manhã.
A 4 de junho iniciei a radioterapia (15 sessões) e a hormonoterapia (comprimido durante 5 anos).
Tive a primeira consulta de acompanhamento em setembro (Dr. Pedro Gouveia) e a segunda em dezembro (Dra. Lotte), estando a próxima agendada para abril novamente com o Dr. Pedro Gouveia.
Até ao momento Deus tem estado comigo e tem corrido tudo muito bem.
Não me sinto revoltada por me ter acontecido este problema de saúde a mim, antes pelo contrário, considero-me uma pessoa de sorte por me ter sido diagnosticado a tempo e neste percurso ter encontrado as pessoas certas, agradeço a Deus por isso. OBRIGADA MEU DEUS POR SERES TÃO BOM PARA MIM.



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Esta é a "Fofa", mais conhecida por Fofinha

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